domingo, 18 de abril de 2010

1994

COPA DO MUNDO DE 1994

Segundo uma pesquisa realizada em 1994, apenas um em cada quatro americanos sabia que tipo de esporte se praticava na “tal Copa do Mundo” a ser disputada em seu próprio país, entre junho e julho daquele ano. Pior: outra pesquisa, do instituto Gallup, mostrava que 66% da população local nem sequer sabia que os Estados Unidos eram a sede da Copa. A despeito de informações (ou desinformações) como essas, a FIFA resolveu bancar a realização do evento em um país cujo esporte nacional é o beisebol, e que nem ao menos possuía uma liga profissional de futebol, ou de soccer, como se diz lá.
Por isso, a Copa do Mundo de 1994 foi exatamente o que dela se esperava: um sucesso internacional, apesar da indiferença interna. A cerimônia de abertura, por exemplo, foi ignorada pelas redes americanas de TV ABC e ESPN, que preferiram transmitir uma partida de golfe. Em compensação, só com a venda dos direitos de transmissão dos jogos para 189 países, a FIFA arrecadou 77 milhões de dólares. Além disso, os negócios gerados pelo Mundial movimentaram mais de 4 bilhões de dólares, sendo que apenas as empresas patrocinadoras do evento (Coca-Cola, Evereaday, General Motors, Gillette, Mastercard, McDonald’s, M&M/Mars, Canon, Fuji, JVC e Philips) desembolsaram, ao todo, 300 milhões de dólares.




UNZELTE, Cezar Dario. Capítulo 4. In: ______ XV Copa do Mundo. São Paulo: Ediouro, 2002.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

2014

A expectativa é que a Copa movimenta US$ 10 bilhões em investimento no país, que eleve em 3% o Produto Interno Bruto (PIB) daquele ano, propicie uma arrecadação de R$ 700 milhões em impostos e que sejam contratadas 100 mil pessoas. Números que dão a dimensão das oportunidades que devem ser criadas.
Os setores de comércio e serviços serão os mais beneficiados.

Disponível em http://www.copa2014.org.br/noticias/524/COPA+2014+JA+ESQUENTA+ECONOMIA.html, acessado em 17/03/2010 às 01:44.


Copa de 2014 trará benefícios futuros para o país. A realização da Copa colocará o Brasil em evidência internacional e terá o efeito de demonstrar mundialmente as excelências do país.

Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u340146.shtml, acessado em 17/04/2010 às 02:00

Além de mais trens e metrôs, a melhoria da mobilidade nas cidades brasileiras para a Copa do Mundo, em 2014, vai incluir a construção de corredores de ônibus rápidos, os chamados BRTs.

Disponível em http://www.copa2014.org.br/noticias/780/MELHORIA+NO+TRANSPORTE+URBANO.html, acessado em 17/04/2010 às 02:14.

2010

COPA DO MUNDO 2010

A Copa do Mundo de 2010 da FIFA será realizada na África do Sul entre os dias 11 de Junho e 11 de Julho. Esta será a primeira vez que a Copa do Mundo acontecerá no continente africano. A Copa do Mundo de 2010 contará com a construção de 5 novos estádios e reforma de 5 estádios já existentes. Adicionalmente, a África do Sul planeja melhorar o sistema de transporte e infra-estrutura de várias cidades, além de medidas especiais de segurança, isso trará muitos benefícios a sociedade
E vai oferecer muitas oportunidades para as pequenas e médias empresas, inclusive, depois de 2010.

Disponível emAcessado em 16/03/2010 às 21:20

O setor de turismo sul-africano está funcionando como verdadeiro motor do planejamento e preparativos em execução em todo o país. Estima se que recebera cerca de 10 milhões de turistas num único ano. Tudo está sendo realizado de acordo com objetivos sustentáveis, a meta é promover desenvolvimento social e econômico, com equilíbrio ambiental. O turismo ecológico praticado na África do Sul já é referência mundial e aproveitará a Copa do Mundo para se aprimorar e se manter competitivo, porém com respeito ao meio ambiente e à diversidade cultural de seu povo.
A Copa do Mundo oferece muitas oportunidades para as pequenas e médias empresas, inclusive, depois de 2010, trazendo muitos benefícios para sociedade.

Disponível emAcessado em 16/03/2010 às 21:00.

Os preparativos para a Copa do Mundo de 2010 já criaram 24 mil novos empregos. O evento vem sendo encarado como oportunidade de acelerar o crescimento e o desenvolvimento não somente do país, mas de todo o continente africano.
Pequenas, médias e micro empresas estarão aptas a ocupar oportunidades de negócio criadas para a Copa do Mundo de 2010. As centenas de milhares de visitantes que irão passar pelo país durante o evento irão impulsionar oportunidades em acomodações, serviços médicos e de viagem, seguros de curta duração, gerenciamento de eventos, logística, artes, artesanato, lazer e etc.

Disponível emAcessado em 17/03/2010 às 01:13.

2006

A Alemanha, que havia organizado a Copa do Mundo de 1974 na Alemanha Ocidental, agora voltava a sediá-la como país unificado. Os alemães, que são uma potência econômica, fizeram uma Copa do Mundo rica, como estádios modernos e alto investimento.
Disponível em http://www.copacabanarunners.net/copa-2006.html, acessado em 16/03/2010 às 21:50.

As quatro semanas de futebol na Alemanha conseguiram entusiasmar não só os 3.359.439 espectadores que compareceram a um dos 12 fantásticos estádios para acompanhar de perto as disputas (sem contar as milhões de pessoas que assistiram aos jogos nos telões colocados nas ruas), mas uma audiência estimada em mais de 30 bilhões de torcedores por meio de diversos veículos de comunicação no mundo todo.

Disponível em http://pt.fifa.com/worldcup/archive/germany2006/overview.html, acessado em 16/03/2010 às 22:28.
Os custos com segurança, disponibilização de instalações para formação profissional e treinamento de voluntários, transporte e acomodações para competidores e delegação, cerimônias de abertura e encerramento, seguro, marketing promocional, bilheteria e outros custos administrativos foram de € 430 milhões. O lucro operacional da Alemanha foi de 30% sobre o valor investido, sendo que 30% deste valor destinam-se à FIFA.




Disponível em http://www.copa2014.turismo.gov.br/copa/turismo_copas, acessado em 17/03/2010 ás 01:19.

2002

A Copa da Ásia causou grande impacto na comunidade do futebol. Foi a primeira vez em que dois países sediaram unidos o evento.
Esta sendo vista como uma oportunidade de aumentar as vendas. Porque as empresas japonesas atravessam situação difícil com a crise da economia esperam que a Copa movimente o mercado. O evento deve gerar um impacto de 3 trilhões de ienes ou 22.7 bilhões de dólares para a economia doméstica. Recebera cerca de 443 mil turistas.

Disponível em http://40anos.nikkeybrasil.com.br/ptbr/biografia.php?cod=279, acessado em 17/03/2010 às 01:37.

1998

França - Brasil X França = Nike X Adidas?

Novamente, despontava no Brasil uma geração promissora que, embora jovem, já desfilava pelos gramados do mundo todo: Cafu, Roberto Carlos, Rivaldo, Edmundo, Denílson e, principalmente, Ronaldinho, eleito duas vezes melhor jogador do mundo, eram os destaques. Permaneceram também os veteranos Taffarel, Aldair, Dunga e Bebeto. O técnico era o velho Mario Jorge Lobo Zagallo, único tetracampeão mundial - duas vezes como jogador, uma como técnico e outra como assessor técnico de Carlos Alberto Parreira. A mescla despertava uma euforia no povo brasileiro, que acreditava muito no selecionado. Aflorava nessa Copa a questão do marketing esportivo: o principal era o embate entre os fabricantes de material esportivo que se digladiavam para patrocinar os países favoritos. Mas, no caso específico do Brasil, muita coisa acontecia. Boatos diziam que a patrocinadora do selecionado, a Nike, influenciava em muito as decisões da comissão técnica: desde a escolha dos jogos amistosos que seriam preparatórios para a Copa até a especulação de que os jogadores patrocinados pela própria Nike seriam privilegiados na convocação e escalação. Nada foi provado. Outra especulação era que jogadores patrocinados por uma determinada marca evitavam passar a bola para aqueles que fossem patrocinados por outra empresa concorrente. Afirmava-se ainda que o técnico Zagallo havia inventado uma posição tática denominada "número um" devido a um contrato que ele assinara, meses antes, com a empresa fabricante de cerveja Brahma, que tinha o mesmo slogan: "A número um!". Nada disso foi comprovado ou sequer investigado. Mas alguns acontecimentos eram assertivos. O veterano Bebeto, por exemplo, pedia nos noticiários que alguma empresa de material esportivo o patrocinasse. Não conseguiu, e acabou pintando suas chuteiras de preto para não exibir a marca de sua preferência gratuitamente. Tanto a Nike, patrocinadora do Brasil, quanto a Adidas, patrocinadora da França, anunciavam na final que o resultado do jogo influenciaria em muito o rendimento anual das empresas. Ao vencedor, o lucro; ao perdedor, não o prejuízo, mas a perda da alta lucratividade. Infelizmente, o selecionado francês foi superior em campo. Ao final do jogo o capitão Dunga afirmou: "Jogamos o suficiente para ser vice...".

Portal Aprende Brasil. Disponível em: http://www.fichamento.com.br/comofazer.html. Acesso em: 17 abr. 2010.

1990

NO FUTEBOL, DEPOIS DECEPÇÃO NA POLÍTICA DECEPÇÃO
COPA DE 1990


Na política, as atenções se voltavam para as proezas atléticas feitas pelo então presidente, Fernando Collor de Mello. Não houve nenhuma tentativa, pelo menos explícita, de associar o sistema político vigente ao selecionado brasileiro. Talvez fosse porque a equipe brasileira não convencia. Surgia a tão criticada no Brasil geração Dunga, por intermédio do técnico Sebastião Lazaroni que, por seu caráter disciplinador e tático, lembrava em muito o período em que os militares influenciavam na escolha da comissão técnica. O futebol brasileiro vivia um período de entressafra e, por esse motivo, foram convocados jogadores que são lembrados mais por sua aplicação tática que por sua habilidade técnica. Dunga era o principal referencial, mas ainda destacaram-se Mauro Galvão, Mozer, Alemão e Ricardo Gomes. Foi um verdadeiro fracasso, que culminou com a eliminação prematura nas oitavas-de-final diante do rival latino, a Argentina. Um magro 1 X 0 num jogo totalmente sem graça, em que a máxima era a marcação. O selecionado de Lazaroni manchou a tradição brasileira de jogar um futebol técnico e ofensivo. Foram cenas tristes para o povo brasileiro, acostumado com o futebol arte praticado pelo selecionado de Telê Santana nas Copas anteriores.



Portal Aprende Brasil. Disponível em: http://www.fichamento.com.br/comofazer.html. Acesso em: 17 abr. 2010.

1986

COPA DO MUNDO DE 1986


Desde 1978, sabia-se que a sede do Mundial de 1986 seria a Colômbia. No entanto, à medida que o evento se aproximava, as precárias condições econômicas e de segurança do país iam deixando claro que os colombianos dificilmente teriam como realizar a sua Copa. Em 29 de setembro de 1982, o governo do conservador Belisario Betancur renunciou oficialmente ao patrocínio da competição, candidatando-se a organizá-la somente em 1994 e abrindo, assim, caminho para novas candidaturas à Copa de 1986. Entre elas, as de Estados Unidos, Canadá, México, Peru e Brasil.
No dia 10 de março de 1983 a CBF recebeu o veto ao Mundial do próprio presidente da República, general João Figueiredo, por motivos econômicos. Pouco mais de dois meses depois, em 20 de maio, o Comitê Executivo da FIFA, reunido em Estocolmo, na Suécia, escolheu o México como o primeiro país a sediar a Copa do Mundo pela segunda vez. Pesaram muito na decisão da entidade os interesses da Televisa, a rede de televisão mexicana dirigida por Guilhermo Cañedo, que chegou a ser um dos vice-presidentes da FIFA. Em 19 de setembro de 1985, um terremoto de 8,2 graus na escala Richter, cujo máximo é de 9 graus, destruiu parte da Cidade do México, causando sete mil mortes, segundo dados oficiais. A realização da Copa esteve ameaçada, mas, por fim, acabou confirmada pelos dirigentes do país.
















UNZELTE, Cezar Dario. Capítulo 3. In: ______ XIII Copa do Mundo. São Paulo: Ediouro, 2002.

1982

BRASIL BRILHA, MAS ITÁLIA LEVA O CANECO

A Itália conquistou em 1982 o tricampeonato mundial. O triunfo em terras espanholas ficou marcado pelas atuações e gols de Paolo Rossi e pela inesquecível comemoração de Marco Tardelli na decisão contra a Alemanha Ocidental. Os amantes do futebol-arte choraram as derrotas de Brasil e França, que perderam no detalhe dois dos jogos mais marcantes de toda a história da Copa do Mundo da FIFA. Mesmo assim, tiveram de reconhecer a superioridade dos italianos de Enzo Bearzot na vitória por 3 a 1 sobre os alemães. Com um gol na decisão, Paolo Rossi chegou a seis, garantiu a artilharia do torneio e concluiu uma trajetória de redenção que foi ainda mais dramática do que a própria recuperação da seleção italiana após um começo frustrante.

Quando a competição começou, Rossi mal havia voltado a jogar depois de uma suspensão por dois anos em função do seu envolvimento em um escândalo de manipulação de resultados. E o longo tempo fora dos gramados parecia ter acabado com o faro do artilheiro, que não fez nenhum gol nos três empates da Itália na primeira fase. Igualados em pontos e saldo de gols com a seleção de Camarões, os italianos só se classificaram à segunda fase no número de gols marcados. Porém, quando chegou a hora da verdade, a Azzurra eliminou o favorito Brasil graças a três gols de Rossi, que ainda fez mais dois na semifinal contra a Polônia.

Entre os outros heróis do título estiveram o goleiro e capitão Dino Zoff, de 40 anos, e o lateral Giuseppe Bergomi, de apenas 18, o italiano mais jovem a participar de uma edição da Copa do Mundo da FIFA. Bergomi bateu o recorde justamente no ano em que o norte-irlandês Norman Whiteside ultrapassou Pelé como o jogador mais jovem da história do torneio, com 17 anos e 41 dias de idade. A Irlanda do Norte, aliás, foi uma das zebras da competição ao derrotar a Espanha por 1 a 0 e chegar à segunda fase.

A 12ª Copa do Mundo da FIFA foi a última a ter uma bola totalmente de couro e iniciou uma nova era ao contar com 24 seleções em vez de 16. Também teve um novo formato, com três fases distintas. Os dois primeiros de cada um dos seis grupos de quatro seleções da primeira fase se classificavam para a etapa seguinte, de onde passavam os campeões de quatro grupos de três países. Depois vinham a semifinal e a final.

Argélia surpreende alemães
A Holanda, vice-campeã em 1974 e 1978, foi a seleção de maior prestígio a não ter superado as eliminatórias, que resultaram em seis países estreantes na Copa do Mundo da FIFA: Argélia, Camarões, El Salvador, Honduras, Kuwait e Nova Zelândia. Dois deles fizeram bonito na primeira fase, que começou com a surpreendente derrota da campeã Argentina para a Bélgica em Barcelona.

A Argélia causou uma surpresa maior ainda ao derrotar na estreia por 2 a 1 a Alemanha Ocidental, detentora do título europeu. Os gols argelinos foram marcados por Rabah Madjer e Lakdar Belloumi, escolhido o melhor jogador africano daquele ano. Apesar de também derrotarem o Chile, os argelinos foram eliminados no saldo de gols ao verem no dia seguinte a Alemanha Ocidental fazer 1 a 0 na Áustria, resultado que classificou os dois países vizinhos. Uma consequência do polêmico resultado foi a decisão de que, nos torneios seguintes, os jogos do mesmo grupo na última rodada da primeira fase passariam a acontecer sempre no mesmo horário.

Também faltou sorte para a seleção de Camarões, que foi eliminada na primeira fase apesar de invicta em um grupo com Itália e Polônia, seleção esta que viria a ficar com a medalha de bronze. Honduras conseguiu empatar com a decepcionante anfitriã Espanha, mas a outra seleção centro-americana estreante deu vexame. El Salvador foi o primeiro país a tomar dez gols em uma partida da Copa do Mundo da FIFA ao perder por 10 a 1 para a Hungria. Naquele jogo, László Kiss saiu do banco para fazer três gols em tempo recorde entre os 24 e os 31 minutos do segundo tempo.

Espetáculo brasileiro
A verdadeira sensação da primeira fase foi o escrete comandado por Telê Santana. Considerada a melhor seleção brasileira desde 1970, a equipe tinha como ponto forte uma talentosa meia-cancha com Zico, Falcão, Sócrates e o ponta Éder, atuando em função recuada. Os dois últimos marcaram um golaço cada um na vitória de virada por 2 a 1 na estreia diante da Rússia.

Na segunda fase, o Brasil logo de saída já pôs fim às pretensões da então campeã mundial Argentina com uma vitória por 3 a 1. Diego Maradona não escondeu a frustração no fim do jogo ao dar um pontapé em Batista e ser expulso. O selecionado brasileiro foi para a segunda partida precisando apenas de um empate contra a Itália para chegar à semifinal. Porém, apesar de gols de Sócrates e Falcão, Paolo Rossi escreveu a famosa "tragédia do Sarriá" e mandou a seleção canarinho para casa ao balançar a rede três vezes. Na semifinal, a Itália não encontrou resistência diante da Polônia, que estava sem o suspenso Zbigniew Boniek, mas uma história bem diferente foi a definição do outro finalista no confronto entre França e Alemanha.

A partida em Sevilha entrou negativamente para a história pela agressão impune do goleiro Harald Schumacher contra o francês Patrick Battiston, que caiu inconsciente em campo. Também foi o primeiro confronto da história da Copa do Mundo da FIFA a ser decidido nos pênaltis depois de os alemães se recuperarem de uma desvantagem de 3 a 1 na prorrogação. Após cinco pênaltis para cada equipe, Schumacher defendeu a primeira cobrança alternada, feita pelo francês Maxime Bossis. Na sequência, Horst Hrubesch converteu para destruir os sonhos da seleção francesa, que, comandada pelos maestros Michel Platini, Jean Tigana e Alain Giresse, havia chegado à sua primeira semifinal desde 1958. Mal sabiam os franceses que sofreriam a mesma eliminação quatro anos depois.

Debilitado por aquela partida memorável, o selecionado de Jupp Derwall não foi páreo para a Itália na final no Santiago Bernabéu. Antonio Cabrini chegou a perder um pênalti no primeiro tempo, mas Paolo Rossi, Marco Tardelli e Alessandro Altobelli deixaram a Alemanha Ocidental em maus lençóis após o intervalo. Breitner ainda fez um gol de honra, mas naquele momento Tardelli já tinha deixado uma imagem impressa na memória de torcedores em todo o mundo, correndo em alta velocidade, braços abertos, gritando de alegria com o tricampeonato mundial.



COPA DO MUNDO DA FIFA ESPANHA 1982. Fifa.com. Disponível em http://pt.fifa.com/worldcup/archive/edition=59/overview.html Acesso em: 18 mai. 2010.








ITALIANO RASGA CAMISA DE ZICO

Os brasileiros foram para a Copa de 1982, na Espanha, com status de favoritos. Com um time de estrelas, a seleção exibiu um futebol refinado e estava com 100% de aproveitamento. O Brasil, que precisava de um empate contra a Itália para garantir vaga na semifinal, perdeu por 3 a 2. Pouca gente lembra, mas um erro do apito mudou a história dos brasileiros no jogo. Zico invadiu a área e caiu, ao ser puxado pelo italiano Gentile. O puxão foi tão forte que o defensor rasgou a camisa do craque. Zico mostrou a camisa retalhada ao juiz israelense Abraham Klein, que mandou o jogo seguir.


1978


KEMPES BRILHA E ARGENTINA É COROADA EM CASA
Derrotada na final da primeira Copa do Mundo da FIFA, a Argentina atingiu o topo 48 anos depois, em casa, conduzida pelo artilheiro Mario Kempes e pelos fervorosos torcedores que lotaram os estádios de Buenos Aires e Rosário com uma chuva de papéis azuis e brancos — imagem que se transformou em símbolo da competição.

Coadjuvante da festa argentina, a Holanda perdeu por 3 a 1 no Monumental de Nuñez a sua segunda final consecutiva. Depois de um gol de Kempes no primeiro tempo e do empate com Dirk Nanninga na etapa final, os holandeses chegaram muito perto do título com uma chance clara de Rob Rensenbrink nos últimos segundos do tempo regulamentar. Mas o destino sorriu para a Argentina e Kempes e Daniel Bertoni conheceram a glória ao marcarem dois gols na prorrogação.

Kempes, único jogador da seleção argentina que atuava no exterior, não balançou as redes nenhuma vez na primeira fase, mas depois desencantou e encerrou a competição com seis gols. Ele não foi o único a ter um começo complicado — o selecionado de Cesar Luis Menotti venceu a Hungria, mas precisou da sorte para derrotar a França por 2 a 1 e depois perdeu a primeira colocação do grupo da primeira fase para a Itália no confronto direto por 1 a 0. Ainda assim, Menotti, que não convocara o jovem Diego Maradona, então com 17 anos, acabaria sendo recompensado por pregar um futebol baseado no talento e na ofensividade, estilo personificado pelo habilidoso meia Osvaldo Ardiles.

Brasil superado
A Itália de Enzo Bearzot adquiriu na Argentina uma experiência que viria a ser muito útil quatro anos depois na Espanha. Paolo Rossi, por exemplo, fez três gols que foram um aperitivo do que viria em 1982. Mesmo assim, a Azzurra perdeu a medalha de bronze para o único invicto da competição, o Brasil. A seleção brasileira apresentou ao mundo o atacante Roberto Dinamite e o lateral Nelinho, responsável por chutes inimagináveis cheios de efeito, mas teve de se contentar com a disputa do terceiro lugar após ficar atrás da arquirrival Argentina na segunda fase.

Depois de um empate tenso, Brasil e Argentina partiram para a rodada decisiva empatados. Após a vitória brasileira sobre a Polônia por 3 a 1, os argentinos precisavam de um triunfo por quatro gols de diferença sobre o Peru no mesmo dia para chegarem à final. Contando com o astro Teófilo Cubillas, os peruanos haviam batido a Escócia e empatado com a Holanda na primeira fase, mas já estavam eliminados da competição. A Argentina se aproveitou e conquistou a vitória pelo incrível placar de 6 a 0, com dois gols de Luque e Kempes, cujo faro de gol havia retornado depois que a seleção alviceleste passara a jogar em Rosário, sua cidade natal.

Os acontecimentos daquela noite fizeram com que as partidas decisivas das fases de grupos das edições posteriores da Copa do Mundo da FIFA passassem a ser disputadas simultaneamente. A consequência imediata, no entanto, foi a chegada de Argentina e Holanda à final do dia 25 de junho de 1978. "Tulipas nos Pampas?", perguntou o jornal francês L'Équipe na véspera do jogo. Porém, quem riu por último foi a seleção dona da casa. Enquanto os holandeses deixavam o campo às lágrimas mais uma vez, o capitão Daniel Passarella se tornava o primeiro jogador argentino a erguer o troféu mais importante do futebol mundial.







COPA DO MUNDO DA FIFA ARGENTINA 1978. Fifa.com. Disponível em: http://pt.fifa.com/worldcup/archive/edition=50/overview.html Acesso em: 18 mai. 2010.

1974

HOLANDA ENCANTA, MAS ALEMANHA É CAMPEÃ
A Copa do Mundo da FIFA 1974 foi marcada pelo futebol total e serviu de vitrine para o talento magistral de Johan Cruyff e Franz Beckenbauer, que assumiram os holofotes na ausência de Pelé e lideraram a Holanda e a Alemanha, respectivamente, à final em Munique no dia 7 de julho de 1974. Assim como acontecera contra a surpreendente seleção húngara de Ferenc Puskás vinte anos antes, foi a Alemanha Ocidental que saiu de campo triunfante após virar a partida para chegar ao segundo título mundial, superando os grandes favoritos.

A final começou em grande estilo. A Holanda, que havia marcado 14 gols e sofrido apenas um nos seis jogos anteriores, partiu para o ataque antes mesmo que os alemães pudessem encostar na bola. Cruyff, o gênio indomável da camisa 14, saiu com a bola dominada do círculo central e só foi parado por Uli Hoeness dentro da área. Com pouco mais de um minuto de jogo, Johan Neeskens fez o primeiro gol de pênalti em uma final da Copa do Mundo da FIFA.
Os holandeses pareciam brincar em campo, mas os alemães estavam com o orgulho ferido e conseguiram o empate aos 25 minutos. Bernd Hölzenbein foi derrubado por Wim Jansen na área, e Paul Breitner converteu o segundo pênalti do jogo. Com Berti Vogts marcando Cruyff, Gerd Müller, ganhador da Chuteira de Ouro quatro anos antes, garantiu que o nome da Alemanha Ocidental fosse o primeiro a ser gravado no novo troféu da Copa do Mundo da FIFA aos dois minutos do segundo tempo. Müller recebeu um cruzamento de Rainer Bonhof e chutou rasteiro contra o gol de Jan Jongbloed.

A estátua de ouro maciço que Franz Beckenbauer, capitão da Alemanha Ocidental, ergueu no lugar da taça Jules Rimet (o Brasil conquistara a posse definitiva do troféu com o tricampeonato em 1970) não era a única novidade da Alemanha 1974. A FIFA tinha um novo presidente: o brasileiro João Havelange, que assumira no lugar do inglês Sir Stanley Rous. Além disso, a competição sofreu uma mudança de formato, passando a contar com uma segunda fase de grupos no lugar do tradicional mata-mata das fases de quartas-de-final e semifinal. Foram formados dois grupos de quatro equipes, com os primeiros de cada um classificando-se para a final e os segundos colocados disputando o terceiro lugar.

Alemanha Oriental supera vizinhos
A Inglaterra e a Rússia foram ausências sentidas na Alemanha 1974. Pela primeira vez na história os ingleses não conseguiram se classificar, enquanto os russos se recusaram a viajar para disputar uma repescagem no Chile por razões políticas. Das estreantes, a Alemanha Oriental foi a que causou maior impacto, derrotando os vizinhos ocidentais por 1 a 0 em Hamburgo na primeira rodada. O gol de Jürgen Sparwasser aos 32 minutos do segundo tempo classificou a Alemanha Oriental em primeiro no grupo, à frente dos anfitriões comandados por Helmut Schön.

O Zaire, primeiro país da África Subsaariana a chegar à competição mundial, protagonizou um dos momentos mais divertidos quando, na partida contra o Brasil, o zagueiro Ilunga Mwepu deixou a barreira e chutou a bola para longe antes que ela fosse posta em jogo. Já o Haiti, que havia aproveitado a vantagem de disputar em casa a fase final das eliminatórias da América do Norte, América Central e Caribe, surpreendeu na partida de estreia ao abrir o placar contra a Itália, mas acabou sendo derrotado por 3 a 1. Foi a primeira de três derrotas do selecionado, que ficou ainda mais enfraquecido depois da perda de Ernst Jean-Joseph, flagrado no exame antidoping.

A Alemanha Ocidental teve um começo turbulento, enfrentando inclusive conflitos internos em relação a prêmios em dinheiro. As exibições na primeira fase foram pouco convincentes, e os jogadores chegaram a ser vaiados pela própria torcida durante a vitória por 3 a 0 sobre a Austrália. A derrota para a Alemanha Oriental, no entanto, acabou sendo positiva para os campeões europeus, que evitaram confrontos com Holanda, Argentina e Brasil. Na segunda fase, os anfitriões derrotaram Iugoslávia e Suécia e foram para a partida decisiva contra a Polônia. Em um gramado encharcado em Frankfurt, Müller marcou o único gol do confronto diante dos poloneses, mas as defesas de Sepp Maier foram igualmente decisivas contra a maior surpresa da competição.





COPA DO MUNDO DA FIFA ALEMANHA 1954. Fifa.com. Disponível em:

1970

BRASIL ENCANTA E CONQUISTA O TRI
Pela primeira vez na história, a Copa do Mundo da FIFA foi transmitida em cores para o mundo todo. Dezenas de milhões assistiram encantados à excepcional participação do Brasil, que abrilhantou o espetáculo com uma linda exibição de futebol ofensivo e venceu merecidamente a competição pela terceira vez. A vitória por 4 a 1 sobre a Itália na final deu ao país o direito de ficar com a Taça Jules Rimet. Para Pelé, foi a despedida perfeita das competições internacionais.

O Rei tinha ameaçado não voltar após uma experiência frustrante na Inglaterra, onde fora literalmente chutado para fora do torneio. Mas ele retornou e encontrou seu lugar em uma seleção com muito talento, formando um ataque irresistível com Jairzinho, Gérson, Tostão e Rivellino. Nada melhor do que o quarto gol contra a Itália na final para captar a beleza do futebol brasileiro: Pelé viu o lateral avançar pela direita, solto, e deu um passe milimétrico para o capitão Carlos Alberto Torres concluir um lance que teve a participação de sete jogadores com um chute de primeira que superou o goleiro Enrico Albertosi e entrou junto ao poste.

Antes do torneio, o calor intenso e a altitude já causavam receios sobre a saúde dos jogadores, mas as preocupações aumentaram ainda mais com a decisão de as partidas serem jogadas ao meio-dia para atender a exigências televisivas na Europa. Outros sinais dos novos tempos foram as duas substituições por equipe, cartões vermelhos e amarelos para os árbitros e uma bola adidas, a famosa Telstar em padrão xadrez preto e branco.

A defesa de Banks
O maior destaque da primeira fase foi o confronto entre Inglaterra e Brasil: os campeões de quatro anos antes enfrentavam a seleção que viria a conquistar o título mundial. A partida teve aquela que é considerada a defesa mais famosa da história da Copa do Mundo da FIFA, no lance em que Gordon Banks pulou para defender uma cabeçada de Pelé que entrava no canto e espalmou a bola por cima da meta. O gol da vitória foi marcado por Jairzinho, que entrou para a história ao balançar as redes em todos os jogos da seleção. Para o Brasil, a partida foi a mais difícil de todo o torneio. O capitão inglês Bobby Moore teve uma grande atuação, mostrando que tinha deixado para trás os contratempos da preparação para o torneio. Moore havia sido preso na Colômbia após ser falsamente acusado de roubar uma pulseira.
A estreante seleção de Israel teve um desempenho promissor. Classificados após a Coreia do Norte ter se recusado a enfrentá-los, os israelenses conseguiram segurar um empate sem gols na estreia contra a Itália. A seleção do Marrocos também fez bonito ao abrir o marcador contra a Alemanha Ocidental, mas os alemães viraram e venceram com um gol de Gerd Müller, que foi o artilheiro do torneio com dez gols.

Müller fez três gols contra a Bulgária e repetiu a conta diante do Peru. Nas quartas-de-final, um gol seu na prorrogação eliminou a Inglaterra. A Alemanha Ocidental perdia por 2 a 0 em León a 23 minutos do fim, mas empatou com gols de Franz Beckenbauer e Uwe Seeler. Antes de Müller confirmar a vitória alemã, o juiz anulou um gol do inglês Geoff Hurst. Ironicamente, Hurst havia sido o autor de um polêmico gol contra a Alemanha Ocidental na decisão da Copa do Mundo da FIFA 1966. Os ingleses lamentaram a ausência de Banks, que estava doente. Porém, para os comandados de Helmut Schön, a primeira vitória sobre a Inglaterra em uma partida de competição foi a vingança perfeita pela final de quatro anos antes.

Semifinal emocionante
A perseverança dos alemães produziu uma semifinal de muita emoção contra a Itália. O jogo teve o maior número de gols marcados na prorrogação em toda a história da Copa do Mundo da FIFA. O gol marcado por Karl-Heinz Schnellinger aos 45 minutos da segunda etapa empatou o jogo em 1 a 1 e forçou o tempo extra, que contou com cinco gols, dois deles de Gerd Müller. Mas o capitão alemão Franz Beckenbauer, que atuava com o ombro deslocado, não conseguiu impedir os três gols que deram a vitória à Itália, o último deles marcado por Gianni Rivera, escolhido o melhor jogador da Europa no ano anterior.

A Alemanha Ocidental teve de se contentar com a conquista do terceiro lugar, enquanto a Itália, que havia eliminado o anfitrião México, chegava à sua primeira final desde 1938. Mesmo assim, apesar da excelência defensiva personificada por Giacinto Facchetti e do faro de gol de Gigi Riva, os italianos eram uma enorme zebra.

O Brasil vinha encantando o público desde o início do torneio. Zagallo havia substituído João Saldanha no comando técnico apenas três meses antes da competição, mas o selecionado passara todo aquele período se preparando intensamente. Depois de derrotar Tchecoslováquia, Inglaterra e Romênia, o escrete chegou às semifinais superando o Peru, treinado pelo brasileiro Didi, companheiro de Zagallo e Pelé em 1958 e 1962. Os peruanos haviam chegado à Copa do Mundo da FIFA depois de eliminarem a Argentina e contavam com o grande atacante Teófilo Cubillas, mas não foram páreo para a seleção canarinho e perderam por 4 a 2.

A finta de Pelé
Demorou 20 anos, mas o Brasil conseguiu finalmente a vingança contra o Uruguai. A Celeste Olímpica abriu o placar na semifinal, mas Clodoaldo, Jairzinho e Rivelino fizeram os gols que garantiram a vitória brasileira. No entanto, o grande momento de genialidade veio dos pés de Pelé. Ao correr para receber um passe de Jairzinho de frente para o goleiro Ladislao Mazurkiewicz, o Rei deixou propositalmente a bola passar por ele. O uruguaio vinha na corrida e acabou passando reto, mas Pelé deu a volta, pegou a bola do outro lado, girou rapidamente e chutou para o gol. Caprichosamente, a gorduchinha passou rente ao poste, pela linha de fundo.

Na decisão contra a Itália, foi justamente Pelé, que buscava o seu terceiro título mundial com o Brasil, que abriu o placar com uma cabeçada precisa. Roberto Boninsegna chegou a empatar, mas o resultado não poderia ser outro. Gérson, Jairzinho e Carlos Alberto fizeram três gols no segundo tempo, confirmando o tricampeonato mundial. Até o Messaggero de Roma teve de admitir que a Itália "foi derrotada pelos melhores jogadores do mundo".



COPA DO MUNDO DA FIFA MÉXICO 1970. Fifa.com. Disponível em http://pt.fifa.com/worldcup/archive/edition=32/overview.html Acesso em: 18 mai. 2010.

1966




EM 66, UM GOL POLÊMICO E A CONSAGRAÇÃO INGLESA

A Inglaterra chegou ao topo do mundo jogando em casa em 1966 depois de derrotar a Alemanha Ocidental em uma das finais mais emocionantes e polêmicas da história da Copa do Mundo da FIFA.

Geoff Hurst foi o herói da vitória inglesa por 4 a 2 no estádio de Wembley ao marcar três gols na final, dois deles na prorrogação. Hurst detém o recorde de mais gols marcados em uma decisão de Copa do Mundo da FIFA, embora até hoje permaneçam dúvidas quanto à legitimidade do seu segundo gol. A bola bateu no travessão e não teria cruzado a linha, mas o tento foi validado pelo auxiliar Tofik Bakhramov.




O gol de Hurst não foi a única controvérsia do torneio. O Brasil, principal candidato sul-americano ao título e então bicampeão do mundo, deixou a competição ainda na primeira fase reclamando muito da arbitragem. A Inglaterra 1966 viu ainda a surpreendente seleção norte-coreana eliminar a Itália e a memorável exibição de artilharia do craque português Eusébio, vencedor da Chuteira de Ouro com nove gols.




A imaginação de Ramsey
Para a Inglaterra, o mundial de 1966 representava a oportunidade para que o país que inventou o futebol finalmente deixasse a sua marca na Copa do Mundo da FIFA. Depois de esnobarem as primeiras edições da Copa, os ingleses estrearam no mundial de 1950 com uma embaraçosa derrota para os Estados Unidos. Em 1963, o zagueiro do escrete de 1950 Alf Ramsey assumiu o cargo de técnico com o objetivo de levar a Inglaterra à era moderna do esporte: pela primeira vez, não era uma comissão de dirigentes que escolhia os jogadores, mas o treinador. Ramsey escalou atletas impopulares e esforçados e, ao rejeitar o 4-2-4 e recuar os pontas Ball e Peters, fez nascer o famoso 4-4-2 britânico.

O zagueiro central Bobby Moore e o meia-atacante Bobby Charlton eram fundamentais para os planos da Inglaterra, mas o país teve um começo pouco inspirado no empate sem gols da partida de abertura contra o Uruguai. Na verdade, o maior assunto da campanha dos ingleses na primeira fase foi a falta cometida por Nobby Stiles no francês Jacques Simon. Alguns árbitros da federação inglesa chegaram a pedir a Ramsey que dispensasse o impiedoso volante, mas o técnico não atendeu ao pedido.

Os anfitriões também passaram um sufoco com o roubo da Taça Jules Rimet, que estava exposta em Londres. Dias depois, o precioso objeto foi encontrado por um cachorro chamado Pickles no meio dos arbustos de um jardim na zona sul da cidade. Mas Pickles não foi o único herói de quatro patas da Inglaterra 1966: o leãozinho Willie foi a primeira mascote da história da Copa do Mundo da FIFA.

Os ingleses disputaram todos os seus jogos em Londres, mas foi no norte do país que o evento realmente chamou a atenção na primeira fase. Em Liverpool, o Brasil estreou em busca do tricampeonato vencendo a Bulgária por 2 a 0. Pelé e Garrincha marcaram os gols e se tornaram os primeiros jogadores a balançarem as redes em três edições consecutivas da Copa do Mundo da FIFA. Apesar disso, a vitória contra a Bulgária foi o máximo que os então campeões mundiais conquistaram na terra da rainha.

Vítima de um carrinho violento na partida de estreia da seleção brasileira, Pelé foi poupado do jogo contra a Hungria. Liderados por Florian Albert, os húngaros venceram o Brasil por 3 a 1, a primeira derrota do país em uma Copa do Mundo da FIFA desde 1954. Embora tenha voltado para a partida contra Portugal, Pelé foi caçado em campo por Morais. Sob o comando do técnico brasileiro Otto Glória, os portugueses aproveitaram e Eusébio marcou duas vezes na vitória de 3 a 1, a terceira seguida da estreante seleção lusa. O craque português, eleito o Jogador Europeu do Ano, mal havia começado a brilhar.


COPA DO MUNDO DA FIFA INGLATERRA 1966. Fifa.com. Disponível em http://pt.fifa.com/worldcup/archive/edition=26/overview.html Acesso em: 18 mai. 2010.

1962



BRASIL É BICAMPEÃO MUNDIAL COM GARRINCHA

Garrincha foi o destaque da seleção brasileira que atravessou os Andes para defender a Taça Jules Rimet no Chile em 1962. Amarildo, Zito e Vavá marcaram os gols que derrotaram a Tchecoslováquia na final, mas não há dúvidas sobre quem foi o verdadeiro herói do bicampeonato do Brasil na Copa do Mundo da FIFA. No auge da carreira, aos 25 anos, Garrincha foi descrito pelo jornal francês "L'Equipe" como "o ponta-direita mais extraordinário que o futebol já conheceu."

O plantel brasileiro trazia nove jogadores campeões mundiais em 1958, mas sob o comando de um novo treinador, Aymoré Moreira, que assumiu depois que Vicente Feola deixou o cargo por problemas de saúde. Aymoré era irmão de Zezé Moreira, que havia dirigido o Brasil em 1954 na Suíça. O novo treinador montou um 4-3-3 e a seleção estreou com vitória de 2 a 0 sobre o México, gols de Zagallo e Pelé.

A partida contra os mexicanos acabou sendo a última disputada por Pelé naquela edição da Copa do Mundo da FIFA. No segundo jogo do Brasil, contra a Tchecoslováquia, o atacante de 21 anos deixou o campo com uma lesão na coxa esquerda. Para ele, o mundial tinha chegado ao fim. Mas com os dribles mágicos e o poder ofensivo do craque Garrincha, a contribuição importante de Zagallo — futuro campeão mundial como técnico em 1970 —, e Amarildo, que teve a honra e a responsabilidade de substituir Pelé, os brasileiros conseguiram superar a ausência do seu camisa dez.







COPA DO MUNDO DA FIFA CHILE 1962. Fifa.com. Disponível em http://pt.fifa.com/worldcup/archive/edition=21/overview.html Acesso em: 18 mai. 2010.














1958




Nasce o Rei do Futebol no primeiro título do Brasil

Os dias longos e ensolarados do verão sueco formaram o cenário dourado do primeiro triunfo do Brasil na Copa do Mundo da FIFA em 1958, mesmo ano em que um jovem jogador de 17 anos chamado Pelé anunciou a sua presença aos admiradores do futebol espalhados pelo planeta.
Com uma nova organização tática e dois gênios no ataque, Pelé e Garrincha, o Brasil derrotou a Suécia por 5 a 2 na final disputada no Estádio Rasunda e se tornou o primeiro país a erguer a taça em outro continente. Mas os brasileiros não foram os únicos heróis do torneio. Artilheiro do Mundial com 13 gols em seis jogos, o atacante francês Just Fontaine estabeleceu um recorde que permanece até hoje, e ainda ajudou seu país a conquistar a terceira colocação. Nada mal para um jogador que só foi escalado devido à lesão do titular René Bliard.
Sob o comando do técnico Vicente Feola, a seleção brasileira não tinha deixado pedra sobre pedra durante a preparação para o desafio de finalmente chegar ao topo do mundo. Após três meses de treinamento intensivo, os brasileiros excursionaram pela Europa antes de chegarem à Suécia com uma grande delegação, da qual fazia parte até mesmo um psicólogo. Feola montou um inovador sistema 4-2-4, mas só escalou Pelé e Garrincha na última partida da fase de grupos, contra a União Soviética. Com Pelé fazendo companhia a Vavá no ataque e Garrincha atuando pelo flanco, o Brasil venceu os soviéticos por 2 a 0 e garantiu a primeira colocação.
A anfitriã Suécia chegou à final fortalecida pela decisão de permitir que jogadores profissionais atuassem pela seleção nacional. A medida possibilitou o retorno de atletas que jogavam na Itália, sobretudo de Gunnar Gren e Nils Liedholm, astros do grupo que havia conquistado o Torneio Olímpico de Futebol de 1948, e do jovem atacante Kurt Hamrin. No entanto, a preparação dos suecos não havia sido nada comparada à do Brasil. Bengt Gustavsson, por exemplo, outro jogador do contingente italiano — o mesmo que levaria um chapéu de Pelé na decisão —, juntou-se à seleção apenas três dias antes da partida de estreia.



COPA DO MUNDO DA FIFA SUÉCIA 1958. Fifa.com. Disponível em: http://pt.fifa.com/worldcup/archive/edition=15/overview.html Acesso em: 18 mai. 2010.

1954



Copa do Mundo FIFA de 1954

A Copa do Mundo FIFA de 1954, a quinta edição do certame, foi sediada na Suíça de 16 de junho até 4 de julho. Era o ano do 50º aniversário da FIFA, portanto era apropriado que a competição máxima do futebol fosse jogada no país de seu órgão maior, e a Suíça foi escolhida como anfitriã em julho de 1946. O torneio foi vencido pela Alemanha Ocidental ao bater a Hungria na final por 3 a 2 sacramentando assim o primeiro título aos germânicos.
Pela primeira vez uma Copa teve cobertura pela televisão, e moedas comemorativas foram cunhadas por causa do evento. A partir dessa Copa, o Brasil passsou a usar o uniforme com a camisa amarela e o calção azul. Depois da derrota no Mundial de 1950, o uniforme antigo (camisa branca e calção azul usado desde 1919) foi considerado uma das fontes de azar. Em 1953, o professor e jornalista gaúcho Aldyr Garcia Schlee venceu outros treze candidatos no concurso para escolha do novo uniforme. Como vencedor recebeu uma cadeira cativa no Maracanã, um estágio como desenhista no extinto jornal Correio da Manhã e uma soma em dinheiro
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1950


CELESTE OLÍMPICA CALA O MARACANÃ

O Brasil construiu o maior estádio de futebol do planeta para sediar a Copa do Mundo da FIFA 1950, mas a esperança de consagrar o gigantesco Maracanã com o primeiro título mundial foi destruída após uma das maiores surpresas da história da competição.
A Copa do Mundo da FIFA 1950 não teve final, pois foi decidida em um quadrangular. Mesmo assim, Brasil e Uruguai fizeram justamente na última rodada da fase final a partida que decidiu o torneio. Precisando de somente um empate, a seleção brasileira abriu o marcador com Friaça aos dois minutos do segundo tempo, mas o Uruguai conseguiu a virada com gols de Juan Schiaffino e Alcides Ghiggia. Um silêncio ensurdecedor de 200 mil vozes foi ouvido no Maracanã, e o pequeno país vizinho comemorou no Brasil o seu segundo título mundial.
O Uruguai, campeão mundial em 1930, só precisou disputar uma partida (goleou a Bolívia por 8 a 0) para chegar ao quadrangular final. Na fase decisiva, o selecionado saiu perdendo todas as três partidas, mas conseguiu na última a virada que entrou para a história como o Maracanazo.
A competição no Brasil foi a primeira Copa do Mundo da FIFA após a Segunda Guerra Mundial. Durante todo o conflito, o cobiçado troféu ficara escondido em uma caixa de sapatos sob a cama do italiano Ottorino Barassi, vice-presidente da FIFA. Com o retorno da paz, ele ganhou o nome de Taça Jules Rimet para comemorar o renascimento da competição.







COPA DO MUNDO DA FIFA BRASIL 1950. Fifa.com. Disponível em http://pt.fifa.com/worldcup/archive/edition=7/overview.html Acesso em: 19 abr. 2010.

1938



VITTORIO POZZO, O ARQUITETO DO BICAMPEONATO MUNDIAL ITALIANO



Com as nuvens da guerra fechando o tempo sobre a Europa, a terceira Copa do Mundo da FIFA aconteceu em meio a muita tensão. Mesmo assim, o futebol proporcionou momentos de alegria aos torcedores em um festival que durou 15 dias. O Brasil encantou o mundo com um estilo exuberante, mas foi a Itália que se sagrou campeã graças à sua força e regularidade.
Além do técnico Vittorio Pozzo, somente quatro campeões mundiais em 1934 voltaram a defender a Itália na competição em solo francês. Dois deles, os meio-campistas Giuseppe Meazza e Giovanni Ferrari, tiveram participações decisivas ao lado do atacante Silvio Piola, que marcou dois gols na vitória por 4 a 2 sobre a Hungria na decisão. Com o resultado, a Itália foi a primeira seleção da história a conquistar um bicampeonato consecutivo da Copa do Mundo da FIFA, feito que só viria a ser igualado pelo Brasil 28 anos depois.
A competição em 1938 foi o último grande evento esportivo antes da guerra no ano seguinte. A Espanha já sofria com a guerra civil e não pôde viajar até a vizinha França. Já a anexação da Áustria pela Alemanha reduziu o número de participantes de 16 para 15. Na verdade, diversos jogadores austríacos apareceram na seleção alemã. Entre os sul-americanos, a Argentina (que queria ter feito o torneio em casa) e o Uruguai resolveram não participar, enquanto o Brasil viajou à Europa para fazer em uma encharcada Estrasburgo um dos jogos mais emocionantes de toda a história da Copa do Mundo da FIFA.



COPA DO MUNDO DA FIFA FRANÇA 1938.Fifa.com.Disponível em: http://pt.fifa.com/worldcup/archive/edition=5/overview.html 18 mai. 2010.

1934



DÍVIDA PAGA
Brasileiro entra para a história ao perder o primeiro pênalti das Copas, mas apaga falha duas décadas depois.

Ele foi um pioneiro. Inicialmente, quebrou tabus no seu país. Depois, em um lance infeliz, entrou para a história dos Mundiais.
A mais pífia das 16 participações brasileiras em Mundiais, na Itália, em 1934, teve um personagem que simbolizou o agitado período do futebol do país na época.
Naquele tempo, quando o esporte já conquistava fãs em todo o país, demostrações de preconceito racial e uma conturbada disputa entre profissionais e amadores emperravam o desenvolvimento da modalidade.
Atleta do São Paulo da Floresta e negro, era quase uma exceção em um esporte que, para muitos clubes, era exclusividade de jogadores brancos. Seu irmão, Petronilho, que também defendeu a seleção, é apontado como um dos primeiros negros a jogar futebol.
Foi também um dos primeiros a deixar o amadorismo e se tornar profissional, o que lhe valeu a fama de “mercenário”. Assim, seguiu os passos do irmão Petronilho, cruzou a fronteira para jogar na Argentina, onde superou preconceitos e acabou se tornando uma estrela.
O conflito entre profissionais e amadores fez com que o Brasil fosse à Itália bastante desfalcado. Para conseguir montar a seleção, a CBD, que então era amadora, precisou negociar com cada jogador individualmente.
Essa situação causou fatos inusitados. Para evitar que seus jogadores fossem aliciados, o Palmeiras, então chamado Palestra Itália, teria escondido seus melhores atletas em uma chácara para que eles não tivessem contato com os homens da CBD.
Se falhou no clube do Parque Antártica, a entidade que cuidava do futebol do país teve sucesso no São Paulo da Floresta. O meia do time da capital paulista foi um dos poucos profissionais, que aceitaram o desafio, mas, quis o destino, ele acabou o torneio colhendo uma grande decepção.
Não bastasse a equipe enfraquecida por problemas financeiros, uma viagem de navio – que durou duas semanas – deixou a seleção brasileira com um péssimo condicionamento físico.
O regulamento da competição também atrapalhava. O Mundial de 1934 foi todo disputado em jogos eliminatórios. Assim, uma derrota já significava a desclassificação direta.
Desgastado e desfalcado, o Brasil entrou em campo para enfrentar a então poderosa Espanha, no dia 27 de maio, em Gênova.
Na véspera do confronto, o goleiro espanhol Zamora, um dos mitos da posição, teria “espionado” o treino dos sul-americanos, observando, principalmente, o jeito de finalizar dos atacantes.
Assim, teria acumulado subsídios para se tornar herói do jogo e transformar um brasileiro no primeiro jogador a perder um pênalti na história das Copas. Com a falha do atleta do São Paulo da Floresta, o Brasil perdeu a chance de endurecer o jogo contra os espanhóis, que acabaram vencendo por 3 a 1 e despacharam a seleção de volta para casa.
Mais de 20 anos depois daquela infeliz tarde na Itália, Valdemar de Brito “pagou com juros” pelo erro cometido. Ele deixou de ser o jogador que perdeu um pênalti na pior Copa do Mundo disputada pelo Brasil para entrar na história como o homem que descobriu Pelé, já que foi ele quem trouxe Edson Arantes do Nascimento de Bauru (SP) para treinar no Santos Futebol Clube.







COBOS, Paulo; SOARES, Fábio. O Brasil nas copas. Folha de S. Paulo, São Paulo, 28 mai. 2002. Especial D3.
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