sexta-feira, 16 de abril de 2010

1966




EM 66, UM GOL POLÊMICO E A CONSAGRAÇÃO INGLESA

A Inglaterra chegou ao topo do mundo jogando em casa em 1966 depois de derrotar a Alemanha Ocidental em uma das finais mais emocionantes e polêmicas da história da Copa do Mundo da FIFA.

Geoff Hurst foi o herói da vitória inglesa por 4 a 2 no estádio de Wembley ao marcar três gols na final, dois deles na prorrogação. Hurst detém o recorde de mais gols marcados em uma decisão de Copa do Mundo da FIFA, embora até hoje permaneçam dúvidas quanto à legitimidade do seu segundo gol. A bola bateu no travessão e não teria cruzado a linha, mas o tento foi validado pelo auxiliar Tofik Bakhramov.




O gol de Hurst não foi a única controvérsia do torneio. O Brasil, principal candidato sul-americano ao título e então bicampeão do mundo, deixou a competição ainda na primeira fase reclamando muito da arbitragem. A Inglaterra 1966 viu ainda a surpreendente seleção norte-coreana eliminar a Itália e a memorável exibição de artilharia do craque português Eusébio, vencedor da Chuteira de Ouro com nove gols.




A imaginação de Ramsey
Para a Inglaterra, o mundial de 1966 representava a oportunidade para que o país que inventou o futebol finalmente deixasse a sua marca na Copa do Mundo da FIFA. Depois de esnobarem as primeiras edições da Copa, os ingleses estrearam no mundial de 1950 com uma embaraçosa derrota para os Estados Unidos. Em 1963, o zagueiro do escrete de 1950 Alf Ramsey assumiu o cargo de técnico com o objetivo de levar a Inglaterra à era moderna do esporte: pela primeira vez, não era uma comissão de dirigentes que escolhia os jogadores, mas o treinador. Ramsey escalou atletas impopulares e esforçados e, ao rejeitar o 4-2-4 e recuar os pontas Ball e Peters, fez nascer o famoso 4-4-2 britânico.

O zagueiro central Bobby Moore e o meia-atacante Bobby Charlton eram fundamentais para os planos da Inglaterra, mas o país teve um começo pouco inspirado no empate sem gols da partida de abertura contra o Uruguai. Na verdade, o maior assunto da campanha dos ingleses na primeira fase foi a falta cometida por Nobby Stiles no francês Jacques Simon. Alguns árbitros da federação inglesa chegaram a pedir a Ramsey que dispensasse o impiedoso volante, mas o técnico não atendeu ao pedido.

Os anfitriões também passaram um sufoco com o roubo da Taça Jules Rimet, que estava exposta em Londres. Dias depois, o precioso objeto foi encontrado por um cachorro chamado Pickles no meio dos arbustos de um jardim na zona sul da cidade. Mas Pickles não foi o único herói de quatro patas da Inglaterra 1966: o leãozinho Willie foi a primeira mascote da história da Copa do Mundo da FIFA.

Os ingleses disputaram todos os seus jogos em Londres, mas foi no norte do país que o evento realmente chamou a atenção na primeira fase. Em Liverpool, o Brasil estreou em busca do tricampeonato vencendo a Bulgária por 2 a 0. Pelé e Garrincha marcaram os gols e se tornaram os primeiros jogadores a balançarem as redes em três edições consecutivas da Copa do Mundo da FIFA. Apesar disso, a vitória contra a Bulgária foi o máximo que os então campeões mundiais conquistaram na terra da rainha.

Vítima de um carrinho violento na partida de estreia da seleção brasileira, Pelé foi poupado do jogo contra a Hungria. Liderados por Florian Albert, os húngaros venceram o Brasil por 3 a 1, a primeira derrota do país em uma Copa do Mundo da FIFA desde 1954. Embora tenha voltado para a partida contra Portugal, Pelé foi caçado em campo por Morais. Sob o comando do técnico brasileiro Otto Glória, os portugueses aproveitaram e Eusébio marcou duas vezes na vitória de 3 a 1, a terceira seguida da estreante seleção lusa. O craque português, eleito o Jogador Europeu do Ano, mal havia começado a brilhar.


COPA DO MUNDO DA FIFA INGLATERRA 1966. Fifa.com. Disponível em http://pt.fifa.com/worldcup/archive/edition=26/overview.html Acesso em: 18 mai. 2010.

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