sexta-feira, 16 de abril de 2010

1978


KEMPES BRILHA E ARGENTINA É COROADA EM CASA
Derrotada na final da primeira Copa do Mundo da FIFA, a Argentina atingiu o topo 48 anos depois, em casa, conduzida pelo artilheiro Mario Kempes e pelos fervorosos torcedores que lotaram os estádios de Buenos Aires e Rosário com uma chuva de papéis azuis e brancos — imagem que se transformou em símbolo da competição.

Coadjuvante da festa argentina, a Holanda perdeu por 3 a 1 no Monumental de Nuñez a sua segunda final consecutiva. Depois de um gol de Kempes no primeiro tempo e do empate com Dirk Nanninga na etapa final, os holandeses chegaram muito perto do título com uma chance clara de Rob Rensenbrink nos últimos segundos do tempo regulamentar. Mas o destino sorriu para a Argentina e Kempes e Daniel Bertoni conheceram a glória ao marcarem dois gols na prorrogação.

Kempes, único jogador da seleção argentina que atuava no exterior, não balançou as redes nenhuma vez na primeira fase, mas depois desencantou e encerrou a competição com seis gols. Ele não foi o único a ter um começo complicado — o selecionado de Cesar Luis Menotti venceu a Hungria, mas precisou da sorte para derrotar a França por 2 a 1 e depois perdeu a primeira colocação do grupo da primeira fase para a Itália no confronto direto por 1 a 0. Ainda assim, Menotti, que não convocara o jovem Diego Maradona, então com 17 anos, acabaria sendo recompensado por pregar um futebol baseado no talento e na ofensividade, estilo personificado pelo habilidoso meia Osvaldo Ardiles.

Brasil superado
A Itália de Enzo Bearzot adquiriu na Argentina uma experiência que viria a ser muito útil quatro anos depois na Espanha. Paolo Rossi, por exemplo, fez três gols que foram um aperitivo do que viria em 1982. Mesmo assim, a Azzurra perdeu a medalha de bronze para o único invicto da competição, o Brasil. A seleção brasileira apresentou ao mundo o atacante Roberto Dinamite e o lateral Nelinho, responsável por chutes inimagináveis cheios de efeito, mas teve de se contentar com a disputa do terceiro lugar após ficar atrás da arquirrival Argentina na segunda fase.

Depois de um empate tenso, Brasil e Argentina partiram para a rodada decisiva empatados. Após a vitória brasileira sobre a Polônia por 3 a 1, os argentinos precisavam de um triunfo por quatro gols de diferença sobre o Peru no mesmo dia para chegarem à final. Contando com o astro Teófilo Cubillas, os peruanos haviam batido a Escócia e empatado com a Holanda na primeira fase, mas já estavam eliminados da competição. A Argentina se aproveitou e conquistou a vitória pelo incrível placar de 6 a 0, com dois gols de Luque e Kempes, cujo faro de gol havia retornado depois que a seleção alviceleste passara a jogar em Rosário, sua cidade natal.

Os acontecimentos daquela noite fizeram com que as partidas decisivas das fases de grupos das edições posteriores da Copa do Mundo da FIFA passassem a ser disputadas simultaneamente. A consequência imediata, no entanto, foi a chegada de Argentina e Holanda à final do dia 25 de junho de 1978. "Tulipas nos Pampas?", perguntou o jornal francês L'Équipe na véspera do jogo. Porém, quem riu por último foi a seleção dona da casa. Enquanto os holandeses deixavam o campo às lágrimas mais uma vez, o capitão Daniel Passarella se tornava o primeiro jogador argentino a erguer o troféu mais importante do futebol mundial.







COPA DO MUNDO DA FIFA ARGENTINA 1978. Fifa.com. Disponível em: http://pt.fifa.com/worldcup/archive/edition=50/overview.html Acesso em: 18 mai. 2010.

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