sexta-feira, 16 de abril de 2010

1982

BRASIL BRILHA, MAS ITÁLIA LEVA O CANECO

A Itália conquistou em 1982 o tricampeonato mundial. O triunfo em terras espanholas ficou marcado pelas atuações e gols de Paolo Rossi e pela inesquecível comemoração de Marco Tardelli na decisão contra a Alemanha Ocidental. Os amantes do futebol-arte choraram as derrotas de Brasil e França, que perderam no detalhe dois dos jogos mais marcantes de toda a história da Copa do Mundo da FIFA. Mesmo assim, tiveram de reconhecer a superioridade dos italianos de Enzo Bearzot na vitória por 3 a 1 sobre os alemães. Com um gol na decisão, Paolo Rossi chegou a seis, garantiu a artilharia do torneio e concluiu uma trajetória de redenção que foi ainda mais dramática do que a própria recuperação da seleção italiana após um começo frustrante.

Quando a competição começou, Rossi mal havia voltado a jogar depois de uma suspensão por dois anos em função do seu envolvimento em um escândalo de manipulação de resultados. E o longo tempo fora dos gramados parecia ter acabado com o faro do artilheiro, que não fez nenhum gol nos três empates da Itália na primeira fase. Igualados em pontos e saldo de gols com a seleção de Camarões, os italianos só se classificaram à segunda fase no número de gols marcados. Porém, quando chegou a hora da verdade, a Azzurra eliminou o favorito Brasil graças a três gols de Rossi, que ainda fez mais dois na semifinal contra a Polônia.

Entre os outros heróis do título estiveram o goleiro e capitão Dino Zoff, de 40 anos, e o lateral Giuseppe Bergomi, de apenas 18, o italiano mais jovem a participar de uma edição da Copa do Mundo da FIFA. Bergomi bateu o recorde justamente no ano em que o norte-irlandês Norman Whiteside ultrapassou Pelé como o jogador mais jovem da história do torneio, com 17 anos e 41 dias de idade. A Irlanda do Norte, aliás, foi uma das zebras da competição ao derrotar a Espanha por 1 a 0 e chegar à segunda fase.

A 12ª Copa do Mundo da FIFA foi a última a ter uma bola totalmente de couro e iniciou uma nova era ao contar com 24 seleções em vez de 16. Também teve um novo formato, com três fases distintas. Os dois primeiros de cada um dos seis grupos de quatro seleções da primeira fase se classificavam para a etapa seguinte, de onde passavam os campeões de quatro grupos de três países. Depois vinham a semifinal e a final.

Argélia surpreende alemães
A Holanda, vice-campeã em 1974 e 1978, foi a seleção de maior prestígio a não ter superado as eliminatórias, que resultaram em seis países estreantes na Copa do Mundo da FIFA: Argélia, Camarões, El Salvador, Honduras, Kuwait e Nova Zelândia. Dois deles fizeram bonito na primeira fase, que começou com a surpreendente derrota da campeã Argentina para a Bélgica em Barcelona.

A Argélia causou uma surpresa maior ainda ao derrotar na estreia por 2 a 1 a Alemanha Ocidental, detentora do título europeu. Os gols argelinos foram marcados por Rabah Madjer e Lakdar Belloumi, escolhido o melhor jogador africano daquele ano. Apesar de também derrotarem o Chile, os argelinos foram eliminados no saldo de gols ao verem no dia seguinte a Alemanha Ocidental fazer 1 a 0 na Áustria, resultado que classificou os dois países vizinhos. Uma consequência do polêmico resultado foi a decisão de que, nos torneios seguintes, os jogos do mesmo grupo na última rodada da primeira fase passariam a acontecer sempre no mesmo horário.

Também faltou sorte para a seleção de Camarões, que foi eliminada na primeira fase apesar de invicta em um grupo com Itália e Polônia, seleção esta que viria a ficar com a medalha de bronze. Honduras conseguiu empatar com a decepcionante anfitriã Espanha, mas a outra seleção centro-americana estreante deu vexame. El Salvador foi o primeiro país a tomar dez gols em uma partida da Copa do Mundo da FIFA ao perder por 10 a 1 para a Hungria. Naquele jogo, László Kiss saiu do banco para fazer três gols em tempo recorde entre os 24 e os 31 minutos do segundo tempo.

Espetáculo brasileiro
A verdadeira sensação da primeira fase foi o escrete comandado por Telê Santana. Considerada a melhor seleção brasileira desde 1970, a equipe tinha como ponto forte uma talentosa meia-cancha com Zico, Falcão, Sócrates e o ponta Éder, atuando em função recuada. Os dois últimos marcaram um golaço cada um na vitória de virada por 2 a 1 na estreia diante da Rússia.

Na segunda fase, o Brasil logo de saída já pôs fim às pretensões da então campeã mundial Argentina com uma vitória por 3 a 1. Diego Maradona não escondeu a frustração no fim do jogo ao dar um pontapé em Batista e ser expulso. O selecionado brasileiro foi para a segunda partida precisando apenas de um empate contra a Itália para chegar à semifinal. Porém, apesar de gols de Sócrates e Falcão, Paolo Rossi escreveu a famosa "tragédia do Sarriá" e mandou a seleção canarinho para casa ao balançar a rede três vezes. Na semifinal, a Itália não encontrou resistência diante da Polônia, que estava sem o suspenso Zbigniew Boniek, mas uma história bem diferente foi a definição do outro finalista no confronto entre França e Alemanha.

A partida em Sevilha entrou negativamente para a história pela agressão impune do goleiro Harald Schumacher contra o francês Patrick Battiston, que caiu inconsciente em campo. Também foi o primeiro confronto da história da Copa do Mundo da FIFA a ser decidido nos pênaltis depois de os alemães se recuperarem de uma desvantagem de 3 a 1 na prorrogação. Após cinco pênaltis para cada equipe, Schumacher defendeu a primeira cobrança alternada, feita pelo francês Maxime Bossis. Na sequência, Horst Hrubesch converteu para destruir os sonhos da seleção francesa, que, comandada pelos maestros Michel Platini, Jean Tigana e Alain Giresse, havia chegado à sua primeira semifinal desde 1958. Mal sabiam os franceses que sofreriam a mesma eliminação quatro anos depois.

Debilitado por aquela partida memorável, o selecionado de Jupp Derwall não foi páreo para a Itália na final no Santiago Bernabéu. Antonio Cabrini chegou a perder um pênalti no primeiro tempo, mas Paolo Rossi, Marco Tardelli e Alessandro Altobelli deixaram a Alemanha Ocidental em maus lençóis após o intervalo. Breitner ainda fez um gol de honra, mas naquele momento Tardelli já tinha deixado uma imagem impressa na memória de torcedores em todo o mundo, correndo em alta velocidade, braços abertos, gritando de alegria com o tricampeonato mundial.



COPA DO MUNDO DA FIFA ESPANHA 1982. Fifa.com. Disponível em http://pt.fifa.com/worldcup/archive/edition=59/overview.html Acesso em: 18 mai. 2010.








ITALIANO RASGA CAMISA DE ZICO

Os brasileiros foram para a Copa de 1982, na Espanha, com status de favoritos. Com um time de estrelas, a seleção exibiu um futebol refinado e estava com 100% de aproveitamento. O Brasil, que precisava de um empate contra a Itália para garantir vaga na semifinal, perdeu por 3 a 2. Pouca gente lembra, mas um erro do apito mudou a história dos brasileiros no jogo. Zico invadiu a área e caiu, ao ser puxado pelo italiano Gentile. O puxão foi tão forte que o defensor rasgou a camisa do craque. Zico mostrou a camisa retalhada ao juiz israelense Abraham Klein, que mandou o jogo seguir.


Um comentário:

Anônimo disse...

realmente, aquele pênalti não marcado no zico foi uma vergonha,mas o Brasil é o eterno campeão de 82, até mesmo o Cruyff disse uma certa vez, " para mim e para sempre, o Brasil será o campeão de 82."

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