BRASIL BRILHA, MAS ITÁLIA LEVA O CANECO
A Itália conquistou em 1982 o tricampeonato mundial. O triunfo em terras espanholas ficou marcado pelas atuações e gols de Paolo Rossi e pela inesquecível comemoração de Marco Tardelli na decisão contra a Alemanha Ocidental. Os amantes do futebol-arte choraram as derrotas de Brasil e França, que perderam no detalhe dois dos jogos mais marcantes de toda a história da Copa do Mundo da FIFA. Mesmo assim, tiveram de reconhecer a superioridade dos italianos de Enzo Bearzot na vitória por 3 a 1 sobre os alemães. Com um gol na decisão, Paolo Rossi chegou a seis, garantiu a artilharia do torneio e concluiu uma trajetória de redenção que foi ainda mais dramática do que a própria recuperação da seleção italiana após um começo frustrante.
Quando a competição começou, Rossi mal havia voltado a jogar depois de uma suspensão por dois anos em função do seu envolvimento em um escândalo de manipulação de resultados. E o longo tempo fora dos gramados parecia ter acabado com o faro do artilheiro, que não fez nenhum gol nos três empates da Itália na primeira fase. Igualados em pontos e saldo de gols com a seleção de Camarões, os italianos só se classificaram à segunda fase no número de gols marcados. Porém, quando chegou a hora da verdade, a Azzurra eliminou o favorito Brasil graças a três gols de Rossi, que ainda fez mais dois na semifinal contra a Polônia.
Entre os outros heróis do título estiveram o goleiro e capitão Dino Zoff, de 40 anos, e o lateral Giuseppe Bergomi, de apenas 18, o italiano mais jovem a participar de uma edição da Copa do Mundo da FIFA. Bergomi bateu o recorde justamente no ano em que o norte-irlandês Norman Whiteside ultrapassou Pelé como o jogador mais jovem da história do torneio, com 17 anos e 41 dias de idade. A Irlanda do Norte, aliás, foi uma das zebras da competição ao derrotar a Espanha por 1 a 0 e chegar à segunda fase.
Argélia surpreende alemães
A Holanda, vice-campeã em 1974 e 1978, foi a seleção de maior prestígio a não ter superado as eliminatórias, que resultaram em seis países estreantes na Copa do Mundo da FIFA: Argélia, Camarões, El Salvador, Honduras, Kuwait e Nova Zelândia. Dois deles fizeram bonito na primeira fase, que começou com a surpreendente derrota da campeã Argentina para a Bélgica em Barcelona.
A Argélia causou uma surpresa maior ainda ao derrotar na estreia por 2 a 1 a Alemanha Ocidental, detentora do título europeu. Os gols argelinos foram marcados por Rabah Madjer e Lakdar Belloumi, escolhido o melhor jogador africano daquele ano. Apesar de também derrotarem o Chile, os argelinos foram eliminados no saldo de gols ao verem no dia seguinte a Alemanha Ocidental fazer 1 a 0 na Áustria, resultado que classificou os dois países vizinhos. Uma consequência do polêmico resultado foi a decisão de que, nos torneios seguintes, os jogos do mesmo grupo na última rodada da primeira fase passariam a acontecer sempre no mesmo horário.
Também faltou sorte para a seleção de Camarões, que foi eliminada na primeira fase apesar de invicta em um grupo com Itália e Polônia, seleção esta que viria a ficar com a medalha de bronze. Honduras conseguiu empatar com a decepcionante anfitriã Espanha, mas a outra seleção centro-americana estreante deu vexame. El Salvador foi o primeiro país a tomar dez gols em uma partida da Copa do Mundo da FIFA ao perder por 10 a 1 para a Hungria. Naquele jogo, László Kiss saiu do banco para fazer três gols em tempo recorde entre os 24 e os 31 minutos do segundo tempo.
Espetáculo brasileiro
A verdadeira sensação da primeira fase foi o escrete comandado por Telê Santana. Considerada a melhor seleção brasileira desde 1970, a equipe tinha como ponto forte uma talentosa meia-cancha com Zico, Falcão, Sócrates e o ponta Éder, atuando em função recuada. Os dois últimos marcaram um golaço cada um na vitória de virada por 2 a 1 na estreia diante da Rússia.
Na segunda fase, o Brasil logo de saída já pôs fim às pretensões da então campeã mundial Argentina com uma vitória por 3 a 1. Diego Maradona não escondeu a frustração no fim do jogo ao dar um pontapé em Batista e ser expulso. O selecionado brasileiro foi para a segunda partida precisando apenas de um empate contra a Itália para chegar à semifinal. Porém, apesar de gols de Sócrates e Falcão, Paolo Rossi escreveu a famosa "tragédia do Sarriá" e mandou a seleção canarinho para casa ao balançar a rede três vezes. Na semifinal, a Itália não encontrou resistência diante da Polônia, que estava sem o suspenso Zbigniew Boniek, mas uma história bem diferente foi a definição do outro finalista no confronto entre França e Alemanha.
A partida em Sevilha entrou negativamente para a história pela agressão impune do goleiro Harald Schumacher contra o francês Patrick Battiston, que caiu inconsciente em campo. Também foi o primeiro confronto da história da Copa do Mundo da FIFA a ser decidido nos pênaltis depois de os alemães se recuperarem de uma desvantagem de 3 a 1 na prorrogação. Após cinco pênaltis para cada equipe, Schumacher defendeu a primeira cobrança alternada, feita pelo francês Maxime Bossis. Na sequência, Horst Hrubesch converteu para destruir os sonhos da seleção francesa, que, comandada pelos maestros Michel Platini, Jean Tigana e Alain Giresse, havia chegado à sua primeira semifinal desde 1958. Mal sabiam os franceses que sofreriam a mesma eliminação quatro anos depois.
Debilitado por aquela partida memorável, o selecionado de Jupp Derwall não foi páreo para a Itália na final no Santiago Bernabéu. Antonio Cabrini chegou a perder um pênalti no primeiro tempo, mas Paolo Rossi, Marco Tardelli e Alessandro Altobelli deixaram a Alemanha Ocidental em maus lençóis após o intervalo. Breitner ainda fez um gol de honra, mas naquele momento Tardelli já tinha deixado uma imagem impressa na memória de torcedores em todo o mundo, correndo em alta velocidade, braços abertos, gritando de alegria com o tricampeonato mundial.
COPA DO MUNDO DA FIFA ESPANHA 1982. Fifa.com. Disponível em http://pt.fifa.com/worldcup/archive/edition=59/overview.html Acesso em: 18 mai. 2010.
ITALIANO RASGA CAMISA DE ZICO
Os brasileiros foram para a Copa de 1982, na Espanha, com status de favoritos. Com um time de estrelas, a seleção exibiu um futebol refinado e estava com 100% de aproveitamento. O Brasil, que precisava de um empate contra a Itália para garantir vaga na semifinal, perdeu por 3 a 2. Pouca gente lembra, mas um erro do apito mudou a história dos brasileiros no jogo. Zico invadiu a área e caiu, ao ser puxado pelo italiano Gentile. O puxão foi tão forte que o defensor rasgou a camisa do craque. Zico mostrou a camisa retalhada ao juiz israelense Abraham Klein, que mandou o jogo seguir.
Disponível em: http://copadomundo.uol.com.br/2010/top5/top-5---os-maiores-erros-de-arbitragem-em-copas-do-mundo.jhtm Acesso em 19 abr. 2010.
Um comentário:
realmente, aquele pênalti não marcado no zico foi uma vergonha,mas o Brasil é o eterno campeão de 82, até mesmo o Cruyff disse uma certa vez, " para mim e para sempre, o Brasil será o campeão de 82."
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