Novamente, despontava no Brasil uma geração promissora que, embora jovem, já desfilava pelos gramados do mundo todo: Cafu, Roberto Carlos, Rivaldo, Edmundo, Denílson e, principalmente, Ronaldinho, eleito duas vezes melhor jogador do mundo, eram os destaques. Permaneceram também os veteranos Taffarel, Aldair, Dunga e Bebeto. O técnico era o velho Mario Jorge Lobo Zagallo, único tetracampeão mundial - duas vezes como jogador, uma como técnico e outra como assessor técnico de Carlos Alberto Parreira. A mescla despertava uma euforia no povo brasileiro, que acreditava muito no selecionado. Aflorava nessa Copa a questão do marketing esportivo: o principal era o embate entre os fabricantes de material esportivo que se digladiavam para patrocinar os países favoritos. Mas, no caso específico do Brasil, muita coisa acontecia. Boatos diziam que a patrocinadora do selecionado, a Nike, influenciava em muito as decisões da comissão técnica: desde a escolha dos jogos amistosos que seriam preparatórios para a Copa até a especulação de que os jogadores patrocinados pela própria Nike seriam privilegiados na convocação e escalação. Nada foi provado. Outra especulação era que jogadores patrocinados por uma determinada marca evitavam passar a bola para aqueles que fossem patrocinados por outra empresa concorrente. Afirmava-se ainda que o técnico Zagallo havia inventado uma posição tática denominada "número um" devido a um contrato que ele assinara, meses antes, com a empresa fabricante de cerveja Brahma, que tinha o mesmo slogan: "A número um!". Nada disso foi comprovado ou sequer investigado. Mas alguns acontecimentos eram assertivos. O veterano Bebeto, por exemplo, pedia nos noticiários que alguma empresa de material esportivo o patrocinasse. Não conseguiu, e acabou pintando suas chuteiras de preto para não exibir a marca de sua preferência gratuitamente. Tanto a Nike, patrocinadora do Brasil, quanto a Adidas, patrocinadora da França, anunciavam na final que o resultado do jogo influenciaria em muito o rendimento anual das empresas. Ao vencedor, o lucro; ao perdedor, não o prejuízo, mas a perda da alta lucratividade. Infelizmente, o selecionado francês foi superior em campo. Ao final do jogo o capitão Dunga afirmou: "Jogamos o suficiente para ser vice...".
Portal Aprende Brasil. Disponível em: http://www.fichamento.com.br/comofazer.html. Acesso em: 17 abr. 2010.
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